Conheça os tokens disponíveis aos torcedores e suas peculiaridades:
Tokens de Direitos Creditórios A finalidade destes tokens é proporcionar rendimentos aos seus detentores, com base nos direitos que os clubes têm sobre as transações envolvendo jogadores formados nas suas categorias de base.
Essa categoria de ativo está respaldada pelo Mecanismo de Solidariedade da FIFA, que garante aos clubes formadores de um determinado atleta o direito a 5% dos valores resultantes das transferências.
“Poucas equipes lançaram tokens relacionados aos direitos creditórios dos seus jogadores, e o histórico de transações envolvendo jogadores brasileiros é notável”, observa Akira. Como exemplo, ele destaca a transferência do atacante Neymar do Paris Saint-Germain para o Al Hilal, da Arábia Saudita, que rendeu 18 milhões de reais aos portadores dos Tokens da Vila, vinculados ao Santos, onde o jogador foi descoberto e se formou.
Para aqueles interessados em adquirir esse tipo de token, o especialista orienta a acompanhar o mercado e as novas emissões. A título de referência, em 2022, as transações envolvendo jogadores no mercado global atingiram a cifra de 6,5 bilhões de dólares. O Brasil liderou o ranking em termos de saídas de jogadores.
Fan-Tokens
Trata-se de um ativo digital que não é considerado um valor mobiliário. Ele confere direitos aos detentores em algumas decisões, incluindo a escolha do uniforme para uma partida, interação com o clube e seus profissionais, além da possibilidade de compra ou sorteio de itens exclusivos.
Akira explica que o objetivo é fomentar iniciativas que engajem os torcedores nas atividades do clube. “Eles não representam investimentos, mas proporcionam benefícios e experiências aos seus detentores”, esclarece.
Introduzidos recentemente em 2021, os fan-tokens já foram emitidos por alguns dos principais clubes, entre eles, Corinthians, Santos, São Paulo, Palmeiras, Flamengo, Botafogo, Vasco, Atlético Mineiro e Cruzeiro, bem como outras agremiações.
Aumento de Reconhecimento Esses ativos digitais começaram a ganhar maior visibilidade após movimentos para profissionalizar as equipes. Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou o Parecer de Orientação nº 41/2023.
Esse documento assegura às Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) diversas formas de captação de recursos nos mercados de capitais, incluindo a negociação de ações na bolsa, a emissão de debêntures e o crowdfunding – uma plataforma digital para angariar fundos.
Sobre a Fonte
Carlos Akira Sato é sócio do escritório Jantalia Advogados, especializado em Mercado de Capitais, Mercado Financeiro, Finanças Web 3, fintechs e situações especiais.